Em bancos e gestoras, patrimônio de aplicações já soma R$ 17 bi e volume de
ofertas na bolsa triplica frente ao ano passado
A ressaca da crise que abalou o mercado de crédito privado no início do ano puxou fortemente a demanda por fundos de debêntures incentivadas nos últimos seis meses. Em bancos e gestoras, os fundos abertos já somam patrimônio líquido (PL) de R$ 17,1 bilhões, frente a R$ 14 bilhões no fim de 2022. Já entre os negociados em bolsa, chamados de FI-Infra, as ofertas chegam a R$ 3 bilhões, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), quase o triplo de 2022, quando somaram R$ 1,1 bilhão. Para emitir nessa classe de papel, que tem isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas, a empresa precisa estar ligada ao setor de infraestrutura, visto como de menor risco.
“O interesse aumentou porque esses fundos vêm obtendo resultado positivo no ano, enquanto os de crédito em geral ficaram machucados pelo caso Americanas”, diz Ulisses Nehmi, CEO da Sparta. Segundo ele, a parcela de debêntures incentivadas no total sob gestão - atualmente R$ 9 bilhões - quase dobrou e foi de pouco mais de 10% no ano passado para 20%. “E vemos mais potencial porque é um investimento que está caindo no gosto do investidor, mais familiarizado aos títulos privados. Com o benefício fiscal e os juros no nível alto do momento, há muito apelo.”
A Sparta está entre as gestoras que fizeram oferta com forte procura recentemente. A terceira emissão de seu fundo Sparta Infra CDI FIC FI-Infra (código CDII11) teve demanda para todo o lote adicional e chegou a um total de R$ 75 milhões. Com a captação, o PL do fundo, que tem 50 debêntures em carteira e pagamento mensal de rendimentos (“dividend yield”) de 18,8% ao ano, foi de R$ 82 milhões para cerca de R$ 157 milhões.
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