Investimento de R$ 300 milhões para controlar e expandir produção de lácteos em pó e substitutos de queijo para indústria alimentícia e food service
A gestora Axxon acaba de comunicar aos funcionários da Alibra que a companhia paulista está sob nova direção. O fundo assinou na sexta-feira a compra da fabricante de ingredientes para indústria alimentícia e food service. Entre aquisição e investimentos programados para acelerar a companhia, a Axxon vai investir entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões.
O nome Alibra pode soar desconhecido para o consumidor, mas a chance é grande de já ter comido alguma guloseima com seus ingredientes. A companhia fabrica produtos lácteos e não lácteos, misturas em pó ou pasta para o mercado de alimentos e bebidas, incluindo as misturas de chás e café com leite de vending machines.
São produtos que compõem receitas em cozinhas industriais e hotelaria, confeitarias e alimentos congelados - soro de leite, óleos vegetais, creme de leite, chantilly, chocolate, leite de coco, todos em pó, para as misturas de bolos ou pães, por exemplo, ou substitutos de queijo, manteiga e requeijão, como a cobertura sabor mussarela para reduzir o custo da pizza. A empresa também exporta para paíse da América Latina, África e Oriente Médio.
“É uma companhia com portfólio diversificado, são mais de 500 SKUs, com uma base recorrente de mil clientes. Médios e grandes fabricantes de alimentos respondem por 70% do faturamento”, diz Pedro Cervatti, diretor do fundo.
Mesmo a pandemia impulsionou esse consumo - com restaurantes fechados mas turbinando o delivery, e a maior venda de itens congelados nos supermercados, acelerando os fabricantes. Nos últimos cinco anos, a companhia cresceu a uma taxa média de 18% ao ano e, no ano passado, isso subiu a 30%, registrando uma receita de R$ 300 milhões.
“É um setor resiliente. Estimamos que esse mercado de ingredientes para fabricantes de alimentos no Brasil seja na casa de U$ 5 bilhões, com crescimento em torno de 5% ao ano, mas ainda com valor baixo em termos per capita no Brasil, quando comparado a outros países em desenvolvimento”, diz Cervatti, apontando cálculo de R$ 100 per capita no país.
Cervatti e Marcos Novoa, sócio da Axxon, ressaltam que esse é um setor que vem passando por consolidação global, caminho que a Alibra também quer fazer por aqui. Os sócios já têm alguns alvos prospectados, mas também um plano para acelerar o crescimento orgânico sob nova direção. Luiz Gonzatti, que já passou por Basf, Kerry e Sapotiri, será o novo CEO da Alibra.
“O ativo fabril é de grande qualidade, uma estrutura pronta para atender critérios de grandes fabricantes mundiais. A localização da planta também é estratégica, numa região de produção de soja e açúcar e bacia leiteira”, diz Cervatti. A sede da companhia está em Campinas, mas a fábrica é em Marechal Rondon, no Paraná.
A Axxon assume o controle da Alibra e um dos três sócios fundadores, Humberto Salvador, vai permanecer no capital como minoritário.
O aporte da gestora foi feito com o fundo 3, o mesmo que já investiu na Usaflex, Westwing, Casa do Adubo e na edtech Estratégia. O fundo de US$ 410 milhões ainda tem espaço para três investimentos, o que deve ser feito entre este e o próximo ano. Fundada há 20 anos, a Axxon já investiu US$ 750 milhões em companhias de médio porte no país.
Fonte: Valor Econômico
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